Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teve ontem mais uma vez frustrada sua pretensão de encerrar a acelerada tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, que autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões para conceder benefícios a menos de três meses das eleições, burlando as legislações fiscais e eleitorais.
Após a aprovação do texto-base em primeiro turno ontem, com 393 votos favoráveis (bem acima dos 308 necessários) Lira teve de suspender a sessão por causa de problemas técnicos no sistema de votação eletrônica da Casa, que inviabilizaram a votação remota.
Assim, a análise dos destaques e o segundo turno foram adiados para esta quarta-feira (13) enquanto a Polícia Federal investiga se a falha foi técnica ou se houve algum tipo de ataque ao sistema. A PF foi acionada pelo presidente da Câmara, que promete retomar os trabalhos na manhã de hoje.
Deputados da oposição decidiram, ainda ontem, questionar a decisão de Lira de suspender a votação justamente quando seriam votados destaques com propostas para alterar o texto, entre eles um que pede a retirada da previsão de estado de emergência para viabilizar o pagamento de benefícios.