A CPI da pandemia abriu investigação sobre a denúncia de pagamento de propina de até R$ 296 mil mensais a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde através de contratos firmados na área de logística da pasta.
“Há indícios de que o ex-diretor de Logística Roberto Dias operava um esquema de ‘mensalinho’ no ministério para políticos da base aliada do governo Bolsonaro. Tudo seria comandado por ele, de contratos para transporte de medicamentos a insumos da Saúde”, disse ao G1 o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ainda de acordo com o senador, o esquema funcionava desde 2018, antes da pandemia do coronavírus.
De acordo com documentos obtidos pelo portal UOL, o suposto esquema, que foi denunciado por uma ex-servidora da pasta, teria origem durante a gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como ministro da Saúde entre 2016 e 2018.
Barros extinguiu a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), responsável pela distribuição de vacinas e de outros insumos pelo governo federal, e contratou a empresa VTC Operadora Logística Ltda, conhecida como VTCLog para a tarefa.
No Portal da Transparência, os contratos firmados com a empresa que preveem a prestação do serviço por 60 meses apontam um valor total de R$ 592.733.096,15 com R$59,2 milhões desviados de forma irregular para distribuição de R$990 mil mensais entre os envolvidos.