
A realidade imposta pela covid-19, com os cinemas fechados ou ainda com muitas restrições, levou os eventos audiovisuais para a internet – e esses foram os fatores que também levaram o diretor executivo do Fest Aruanda, Lúcio Vilar, a repensar procedimentos para a edição comemorativa dos 15 anos do festival e dos 60 anos do filme que dá nome ao evento (‘Aruanda’, 1960). “Prevaleceu a “sensatez e a prudência”, como ele enfatiza, para a decisão final de realização em formato híbrido, ou seja, de forma presencial e on-line.
Assim, serão duas sessões presenciais, respeitando todos os protocolos sanitários já seguidos pela rede Cinépolis no Brasil, com metade da lotação da sala, uso de máscaras, etc. Sessão de abertura (dia 10) e de encerramento (dia 16) com exibições presenciais respectivas dos longas documentais ‘Os Quatro Paralamas’, de Roberto Berliner e ‘Me Chama Que Eu Vou’, de Joana Mariani. As demais sessões ,a partir do dia 11 até 16 de dezembro, serão totalmente on line, pela plataforma elaborada pela empresa Nuvem, de Curitiba-PR. A linha curatorial do festival, assinada pelo jornalista Amilton Pinheiro (paraibano radicado em São Paulo), “transita, esse ano, por temas que estão na ordem do dia, no Brasil, como as questões indígenas, pautas identitárias, raciais, intolerância, ditadura militar e suas implicações nos anos 70 e o país, hoje, em turbulência com ameaças à sua jovem democracia”, apontou Vilar.
Como sempre, a programação está distribuída entre curtas e longas das mostras Competitiva Nacional e Sob o Céu Nordestino, somando 42 filmes que poderão ser acessados a partir do site www.festaruanda.com.br para todo o Brasil e o mundo.
Durante o Festival, as manhãs sempre serão dedicadas com os debates dos filmes exibidos na noite anterior com os representantes de cada filme e com mediação do curador e diretor artístico do Fest Aruanda, Amilton Pinheiro. Curta metragens, sempre às 9h (Diálogos Audiovisuais Aruanda-Cagepa I)
Os longas também terão debates com os representantes de cada filme e com mediação do jornalista e crítico de cinema Marcus Mello (Diálogos Audiovisuais Aruanda-Cagepa II).
A critica de cinema e moderadora de debates do Fest Aruanda, Maria do Rosário Caetano estará em quatro mesas, discutindo diversos assuntos: Cinema Negro e o racismo no Brasil; A permanência de Aruanda – 60 anos depois, Fronteiras e bifurcações do cinema não ficção na contemporaneidade: Entre narrativas e novas linguagens e uma última mesa com as homenageadas Helena Solberg e Vania Perazzo.
Com Patrocínio do Grupo Energisa, Fundação Cultural OJB, CAGEPA, Lei de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal; Copatrocínio: Armazém Paraíba e Cinépolis; Apoio Cultural: e Armazém Paraíba; Apoio: TV Cabo Branco, TV Cultura, Governo da Paraíba, FUNESC, Rádio Tabajara, A União e EPC; Apoio Institucional: UFPB,CCHLA, DEMID, Prefeitura de João Pessoa e FUNJOPE e Parcerias: Lusófona, Manaíra Shopping, Fórum Setorial do Audiovisual Paraibano, Janela7, Canal Brasil, TV UFPB e Realização da Bolandeira, o 15º Fest-Aruanda do Audiovisual Brasileiro, agradece este ano um número recorde de inscrições que surpreendeu sua organização.
Toda programação pode ser conferida pelo site que contém diversas atividades entre os dias 10 e 17 de dezembro. Edição comemorativa de 15 anos completas de novidades.
Os filmes selecionados:
Filmes de Abertura e Enceramento do Fest Aruanda
10/12/2020 (quinta-feira)
Abertura – 19hs
Curta – Aruanda, de Linduarte Noronha (Doc., 1960, PB, 22min.).
Sinopse: ‘Aruanda’ é um marco do cinema brasileiro dos anos 1960. O filme, de Linduarte Noronha, rodado em solo paraibano, surpreendeu as platéias do Rio de Janeiro e São Paulo quando de suas primeiras exibições. A história da formação e da sobrevivência de uma comunidade de escravos libertos do sertão da Paraíba aparecia na tela com imagens, a um só tempo, líricas e rudes. Um narrador (o próprio Linduarte) explicava a saga daquela gente enquanto a fotografia de Rucker Vieira revelava um jeito novo de olhar e de filmar o Brasil. Glauber Rocha resumiu ao afirmar que o filme, junto com ‘Arraial do Cabo’, eram os legítimos representantes do “moderno documentário brasileiro”.
Longa – Os Quatro Paralamas, de Roberto Berliner (Doc., 2020, RJ, 138 min.).
Sinopse: Desde o início no Circo Voador, nos anos 1980, se passaram mais quase 40 anos do surgimento da banda Os Paralamas do Sucesso. Herbert, Bi e João falam de amizade, de musicalidade e do que continua os unindo.
Encerramento
16/12/2020 (quarta-feira)
Curta – Zuza Homem de Mello, de Jorge Bodanzky (Doc., 2015,SP, 16,im.)
Sinopse: Zuza Homem de Mello abre as portas de sua casa para compartilhar parte de sua história com a música. Apresentando a sua coleção de vinis e cds, Zuza relembra os primeiros anos vivendo em Nova York, quando conheceu nomes expressivos do Jazz. Passando por diferentes gêneros e estilos musicais, ele relembra as histórias de sua trajetória como jornalista musical.
Longa – Me Chama Que Vou, de Joana Mariani (Doc., 2020,SP, 71min.)
Sinopse: O documentário conta a trajetória dos 50 anos de carreira de Sidney Magal. Os momentos mais significativos da vida do cantor, dançarino, ator e dublador que se tornou um ícone da música popular brasileira. O homem por trás do ídolo, sob o ponto de vista dos próprios participantes da história.
Longas da Mostra Competitiva Nacional:
Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado (Doc., 2020, SP, 95 min)
Sinopse: Chico Rei foi um rei congolês escravizado que libertou a si e aos seus súditos durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais. Sua história é o ponto de partida para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida das pessoas negras e da sociedade de hoje, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva.
Foto da Direção do filme: https://bit.ly/3pWbllQ
Foto de Divulgação do Filme: https://bit.ly/3m9ALKD
Foto Still da Produção do filme: https://bit.ly/3fzq1CG
Codinome Clemente, de Isa Albuquerque (Doc, 2019, RJ, 99 min)Sinopse: Entre conversas, memórias e reconstituições, Codinome Clemente registra os encontros da diretora Isa Albuquerque com Carlos Eugênio Paz, ex-militante da luta armada contra a ditadura militar nos anos 1960 e 70. Sob a alcunha de “Clemente”, Carlos Eugênio integrou a ALN (Aliança Libertadora Nacional), participou de inúmeras ações urbanas e, neste documentário, relembra toda a sua trajetória na clandestinidade. O filme inclui ainda depoimentos de antigos companheiros e imagens de arquivo que ajudam a resgatar um personagem controverso e um momento conturbado na história brasileira.
Glauber, Claro, de César Augusto Meneghetti (Doc., 2020, SP, 80 min)
Sinopse: O documentário Glauber, Claro, explora os anos de exílio, na Itália, do cineasta Glauber Rocha, entre 1970 e 1976. Através de memórias de parentes, amigos e colaboradores, o longa retratra o drama vivido por Glauber na época, revisitando, também, seu último filme; Claro (1975), gravado em Roma
Libelu – Abaixo a Ditadura, de Diógenes Muniz (Doc., 2020, SP, 95min.)
Sinopse: Liberdade e Luta foi uma tendência estudantil universitária surgida em 1976. Impulsionado por uma organização clandestina internacionalista, o grupo ganhou fama ao retomar a palavra de ordem “abaixo a ditadura”. Seus integrantes eram famosos pela irreverência e abertura cultural. Entre os anos 1970 e 1980, Libelu se tornou adjetivo, sinônimo de radicalidade e, para adversários, inconsequência política. Passadas quatro décadas, onde estão e o que pensam os jovens trotskistas que foram às ruas contra os generais?
Nheengatu – A Língua da Amazônia, de José Barahona (Doc., 2020, Brasil/Portugal, 114 min.)
Sinopse: Ao longo de uma viagem no alto Rio Negro, na Amazônia profunda, o diretor busca uma língua imposta aos índios pelos antigos colonizadores. Através desta língua misturada, o Nheengatu, e dividindo a filmagem com a população local, o filme se constrói no encontro de dois mundos.
Tentehar – Arquitetura do Sensível, de Paloma Rocha e Luís Abramo (Doc., 2020, DF, 89 min.)
Sinopse: Durante o processo da eleição presidencial no Brasil, o filme investiga as seguintes questões: Vivemos uma crise civilizatória e do ponto de vista político o que restará de nós com os direitos humanos reduzidos pela miséria e o abandono? diante dos desastres ambientais e genocídios: quem são os civilizados? quem são os selvagens?
Todas as Melodias, de arco Abujamra (Doc., 2020, RJ, 80 min)
Sinopse: “Todas as Melodias” é um percurso sensível pela vida e obra de um dos maiores artistas da música nacional, Luiz Melodia. Com registros desde os anos 70, o filme apresenta sua trajetória da juventude no morro do Estácio até a consagração como poeta.
Curtas-metragens da Mostra Competitiva Nacional:
Á Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente, de Bruna Barros e Bruna Castro (Doc., 2020, BA, 14 min.)
Sinopse: Através de imagens de arquivo pessoal e reflexões sobre as ambivalências que às vezes se imprimem em relações cheias de amor, “à beira do planeta mainha soprou a gente” apresenta recortes de afeto entre duas sapatonas e suas mães.
A Pontualidade dos Tubarões, de Raysa Prado (Fic., 2020, 16min)
Sinopse: Atendendo ligações de pessoas diferentes todos os dias, João passa minuciosamente as horas dentro de seu apartamento. Em meio a sua rotina, tudo se altera pontualmente às cinco da tarde.


