Posto que ponto de vista é a vista de um ponto, e por aí tem o da direita, o da esquerda e outros, o nosso, o de profissionais que zelam pelo trato daquilo que julgamos notícias, também é doutrina do bem: o foco é o interesse público, prevalecente sobre quaisquer outros.
Claro isso, veja você o cenário. Temos um país 100% dependente de petróleo para tudo, do transporte de alimentos até o gás para acender o fogo. Esse mix gigantesco é irrigado pela Petrobras, uma estatal implantada com o nosso dinheiro que em nome de salvaguardar a honra pátria com a campanha do O petróleo é nosso, virou monopólio.
Ainda nossa — Até o início do ano enchíamos o tanque do carro com R$ 200. Hoje é R$ 340. Nada menos que 11 reajustes no ano. A explicação oficial: a Petrobras joga conforme as oscilações do petróleo no mercado internacional.
Se como em todo jogo um perde e outro ganha, fica evidente que nós, cada vez desembolsando dinheiro para combustíveis, estamos pagando a conta. A Petrobras não quer dar prejuízos aos seus acionistas, repassa para nós. Então, ela já não é tão nossa, mas ainda nossa.
E quando a gasolina, o diesel e o gás disparam, vêm Bolsonaro e Paulo Guedes dizendo que o melhor é vender a Petrobras, tirar o ainda. Dá para acreditar entregar uma empresa feita com nosso dinheiro que monopoliza 100% de um mercado ultradependente? Convenhamos, cheira a algo como entregar a alma ao diabo.
