Home Distrito Federal Inep tenta burlar regras do ENEM para dar acesso a profissionais fora do edital

Inep tenta burlar regras do ENEM para dar acesso a profissionais fora do edital

O Ministério da Educação (MEC) tentou incluir vinte e dois profissionais que não foram aprovados no processo seletivo para colaboradores do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. A lista, obtida pelo Estadão, incluía apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), uma professora de biologia criacionista, além de quatro docentes ligados à Universidade Mackenzie, instituição onde o ministro Milton Ribeiro foi reitor.

Segundo informações do Estadão, o trâmite ilícito foi conduzido por Danilo Dupas, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia federal responsável pela realização das provas, e teve consentimento do MEC.

A relação de nomes foi descoberta por servidores do Inep. Além deles, a organização da prova conta com colaboradores externos, designados por meio de um edital de seleção que considera o currículo e a formação acadêmica dos candidatos. Depois de selecionados, eles ainda participam de 40 horas de capacitação sobre as normas e os procedimentos técnicos exigidos para desenvolver o trabalho.

A lista, que chegou a integrantes da diretoria da Avaliação da Educação Básica do Inep, continha 15 nomes que incluíam professores já aprovados e servidores, além dos 22 professores que não passaram pelo processo de seleção. Todos faziam parte, ainda, de um grupo que seria vacinado prioritariamente pelo governo.

De acordo com a apuração, essas pessoas receberiam a permissão para entrar na sala segura do Enem, escolher as questões a partir do banco de itens e, também, acompanhar a impressão da prova.

Em ação pública, entidades educacionais pedem o afastamento imediato de presidente do Inep. Os servidores acusam Dupas de assédio moral e desconsideração de critérios técnicos