Nesta sexta-feira (27), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) realiza em todo o Brasil a Jornada Nacional de Lutas contra a Fome e a Carestia. Em João Pessoa, a ação aconteceu no Centro Administrativo Municipal, em Água Fria.
Cerca de 70 famílias da comunidade Citex, no bairro João Paulo II, ocuparam o gabinete do prefeito Cícero Lucena reivindicando cestas básicas e abertura de um canal permanente sobre a política habitacional da Prefeitura. Em duas outras oportunidades, os movimentos de moradia da Capital já haviam conversado com a gestão municipal sobre estes temas, mas nada de concreto foi desenvolvido a partir das demandas apresentadas.
Desta vez, fruto da pressão popular, uma comissão formada pela Coordenação do MLB e por representantes da comunidade foi atendida pelo secretário de Gestão Governamental Diego Tavares e pela secretária de Habitação Socorro Gadelha.
Após duas horas de reunião, ficou acordado (conforme ata produzida) que, na próxima segunda-feira (30), a comissão será recebida pelo secretário de Desenvolvimento Social Felipe Leitão para discutir a reivindicação de 400 cestas básicas para as famílias mapeadas pelo MLB em diversas comunidades de João Pessoa, e, no dia seguinte (31), para prosseguir o diálogo com a Secretaria de Habitação.
As famílias que participaram do ato saíram com a promessa de receberem cestas básicas já na próxima semana. Durante o protesto, houve vários relatos de pessoas que passaram a pedir esmolas na rua para não morrer de fome; que dividem um mesmo quarto com outra família; que estão há 16 anos cadastradas em programas habitacionais sem nunca terem sido contempladas. A grande maioria das pessoas presentes era de mulheres, chefes de família, algumas delas com seus filhos pequenos.
Para João Batista, coordenador do MLB na Paraíba, “o ato de hoje mostrou que só com pressão popular seremos ouvidos. Já cansamos de esperar por promessas e viemos buscar nossa alimentação para passar o mês de setembro. Mas, pagando aluguel caro e sofrendo com o botijão de gás a 100 reais, com um aumento de 56% no preço do arroz, de 35% na carne, nós precisamos de moradia digna para não passar fome e ter um teto para dormir”.