Estados Unidos executam prisioneiro com gás nitrogênio pela primeira vez

Alabama realizou nesta quinta-feira (25) a primeira execução com gás nitrogênio nos Estados Unidos, um método não testado que foi objeto de debate antes de ser utilizado. O preso, Kenneth Smith, foi declarado morto às 20h25 (22h25 de quinta-feira em Brasília), no Centro Correcional William C. Holman, em Atmore, Alabama, depois que a Suprema Corte dos EUA negou um recurso para suspender a execução.

Kenneth Eugene Smith, que tinha 58 anos, foi um dos três homens condenados pelo assassinato a facadas de Elizabeth Dorlene Sennett, de 45 anos, cujo marido, um pastor, os contratou para matá-la em março de 1988 no condado de Colbert, Alabama.

De acordo com documentos judiciais, Sennett, mãe de dois filhos, foi esfaqueada 10 vezes no ataque feito por Smith e um outro homem. Charles Sennett, marido de Elizabeth, recrutou um homem para cuidar de seu assassinato, que por sua vez recrutou Smith e outro homem.

Sennett planejou o assassinato em parte para cobrar uma apólice de seguro que havia feito para sua esposa, de acordo com os autos do tribunal. Ele havia prometido aos homens US$ 1.000 (R$ 4.920) para cada um pelo assassinato.

Smith foi condenado em 1996. Em sua sentença, 11 dos 12 jurados votaram para poupar sua vida e sentenciá-lo à prisão perpétua, mas o juiz do caso, N. Pride Tompkins, decidiu anular a decisão e condenou ele à morte. Em 2017, o Alabama parou de permitir que os juízes anulassem os júris da pena de morte dessa forma, e tais decisões não são mais permitidas em nenhum lugar dos Estados Unidos.

Smith, que tinha 22 anos na época do crime, disse que não acreditava que fosse justo o juiz anular a sentença do júri em seu caso. Em um comunicado, o governador Kay Ivey, do Alabama, disse anteriormente que, embora o estado tenha feito uma mudança “necessária” para proibir os juízes de anular as decisões dos jurados, os legisladores optaram por não tornar a lei retroativa, a fim de honrar sentenças que já haviam sido proferidas e os familiares das vítimas que contavam com eles para obter justiça.