O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teve atuação discreta — e decisiva — na eleição que levou um parente de aliados políticos à cúpula da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade privada que gerencia a compra e venda de energia no país.
Após aval do ministro, ganhou tração para uma das vagas no colegiado o nome do advogado Vital do Rêgo Neto, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, e sobrinho do vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).
Vital Neto foi eleito para o conselho da CCEE na terça-feira e ganhou um posto que irá lhe render R$ 86,5 mil mensais por quatro anos. Aos 30 anos de idade, ele foi escolhido para a vaga das distribuidoras e desbancou o engenheiro Marco Delgado, que já era conselheiro da CCEE e caminhava para ser reconduzido no colegiado.
Procurado, Vital Neto disse que, “por força do convívio político”, sua família tem “relação amistosa” com o ministro Alexandre Silveira, a quem agradeceu pela “confiança depositada em seu trabalho”. Ele afirmou, porém, que seus familiares não tiveram influência no processo e que a indicação partiu do próprio Ministério de Minas e Energia após ser endossada por “vários nomes do setor” com quem já havia trabalhado anteriormente.
O senador Veneziano Vital do Rêgo afirmou que não sabia da eleição do sobrinho para o cargo. Os ministros Alexandre Silveira e Vital do Rêgo não comentaram.
A interlocutores, no entanto, o ministro de Minas e Energia disse que foi procurado por representantes das distribuidoras e, uma vez questionado sobre Vital Neto, reforçou a experiência do advogado no setor.
Fonte: O Globo